declaração de
inconstitucionalidade Tribunal
Constitucional chumba lei da eutanásia
Depois desta decisão, diploma regressa
ao Parlamento. Argumentos do Presidente da República
parcialmente acolhidos pelos juízes. PS já disse que
vai mudar a lei para ir "ao encontro" da
decisão do TC.
O Tribunal Constitucional (TC) chumbou
a lei que permite a morte assistida, dando assim razão (parcial)
às objeções levantadas pelo Presidente da República.
O diploma regressa agora ao Parlamento e os partidos que
o aprovaram terão uma de duas decisões para tomar: ou
deixam cair a lei ou a alteram de forma a torná-la
constitucional. O PS já disse que mudará a lei.
A decisão foi tomada no TC por maioria no TC, por 7
votos contra 5. A declaração de
inconstitucionalidade incide sobretudo sobre o
nº 1 do artº 2º da lei: "Considera-se
antecipação da morte medicamente assistida não
punível a que ocorre por decisão da
própria pessoa, maior, cuja vontade seja atual
e reiterada, séria, livre e esclarecida, em situação
de sofrimento intolerável, com lesão definitiva de
gravidade extrema de acordo com o consenso
científico ou doença incurável e fatal,
quando praticada ou ajudada por profissionais de
saúde."
Contudo, o presidente do TC, João Pedro Caupers,
salientou que os juízes não se opõem ao direito à
eutanásia em si mesmo: "A este respeito considerou
o Tribunal que o direito a viver não pode transfigurar-se
num dever de viver em
quaisquer circunstâncias", lê-se no comunicado
emitido pelo TC e lido pelo seu presidente,
João Pedro Caupers.
Ou seja: "A conceção de pessoa
própria de uma sociedade democrática, laica e
plural dos pontos de vista ético, moral e
filosófico, que é aquela que a Constituição da
República Portuguesa acolhe, legitima que a tensão
entre o dever de proteção da vida e o respeito da
autonomia pessoal em situações-limite de sofrimento
possa ser resolvida por via de opções político-legislativas
feitas pelos representantes do povo
democraticamente eleitos como a da antecipação da morte
medicamente assistida a pedido da própria pessoa."
Disto decorre, segundo o TC, que "a antecipação da
morte medicamente assistida é admissível" mas as
"condições" para ser operacionalizada "têm
de ser claras, precisas, antecipáveis e controláveis".
Através da deputada Isabel Moreira, o PS disse que agora
irá começar a "trabalhar" para "chegar a
um diploma que vá ao encontro da decisão do Tribunal
Constitucional".
A parlamentar socialista salientou que o TC
explicitamente recusou chumbar a lei à luz do artigo da
Constituição sobre o direito à vida ("a vida
humana é inviolável"). "O tribunal disse que
a eutanásia é possível, não viola a Constituição",
sublinhou Isabel Moreira.
O presidente do TC, João Caupers, votou pela
inconstitucionalidade da lei, com outros seis juízes:
Pedro Machete (atual vice-presidente do TC), Lino Ribeiro,
Fátima Mata-Mouros, José Teles Pereira, Joana Costa e
Maria José Rangel Mesquita.
Votaram vencidos cinco juízes: Mariana Canotilho, José
João Abrantes, Maria da Assunção Raimundo, Gonçalo de
Almeida Ribeiro e Fernando Vaz Ventura.
O que mereceu o chumbo dos juízes foi o conceito de
"lesão definitiva de gravidade extrema de acordo
com o consenso científico". E isto porque "não
permite, ainda que considerado o contexto normativo em
que se insere, delimitar, com o indispensável rigor, as
situações da vida em que pode ser aplicado".
O que não mereceu acolhimento foram as reservas do
Presidente ao conceito de "situação de sofrimento
intolerável" como condição de elegebilidade para
a morte assistida. "Embora indeterminado, é
determinável de acordo com as regras próprias da
profissão médica, pelo que não pode considerar-se
excessivamente indeterminado e, nessa medida,
incompatível com qualquer norma constitucional",
lê-se no comunicado do tribunal.
---------------------O Presidente da República, Marcelo
Rebelo de Sousa, enviou em 18 de fevereiro para o
Tribunal Constitucional (TC) o diploma do Parlamento que
despenaliza a morte medicamente assistida, para
fiscalização preventiva da constitucionalidade. O
requerimento do Presidente ao TC segue no mesmo exato dia
em que chegou a Belém o decreto aprovado na AR
"Considerando que recorre a conceitos excessivamente
indeterminados, na definição dos requisitos de
permissão da despenalização da morte medicamente
assistida, e consagra a delegação, pela Assembleia da
República, de matéria que lhe competia densificar, o
Presidente da Republica decidiu submeter a fiscalização
preventiva de constitucionalidade o decreto da Assembleia
da República que regula as condições especiais em que
a antecipação da morte medicamente assistida não é
punível e altera o Código Penal, nos termos do
requerimento, em anexo, enviado hoje ao Tribunal
Constitucional", lia-se numa nota da Presidência da
República.
No requerimento enviado ao TC, Marcelo especificou - como
é obrigatório - as normas da lei cuja
constitucionalidade queria ver verificadas. E esclareceu
que "não é objeto deste requerimento ao Tribunal
Constitucional, em todo o caso, a questão de saber se a
eutanásia, enquanto conceito, é ou não conforme com a
Constituição".
Não isso "mas antes a questão de saber se a
concreta regulação da morte medicamente assistida
operada pelo legislador no presente Decreto se conforma
com a Constituição, numa matéria que se situa no core
dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, por
envolver o direito à vida e a liberdade da sua
limitação, num quadro de dignidade da pessoa humana"
A principal dessas normas é a que define a condição
central para que se permita uma antecipação da morte
medicamente assistida não punível: "situação de
sofrimento intolerável".
"Este conceito não se encontra
minimamente definido, não parecendo, por outro lado, que
ele resulte inequívoco das leges artis médicas",
escreveu o Presidente.
"Com efeito, ao remeter-se para o conceito de
sofrimento, ele parece inculcar uma forte dimensão de
subjetividade. Uma vez que estes conceitos devem ser, nos
termos do decreto, como adiante se concretizará,
preenchidos, no essencial, pelo médico orientador e pelo
médico especialista, resulta pouco claro como deve ser
mensurado esse sofrimento: se da perspetiva exclusiva do
doente, se da avaliação que dela faz o médico. Em
qualquer caso, um conceito com este grau de
indeterminação não parece conformar-se com as
exigências de densidade normativa resultantes da
Constituição, na matéria sub judice."
O Presidente considerou ainda ferido de subjetividade
outro critério para a eutanásia, em conjugação com o
anterior: a existência de uma "lesão definitiva de
gravidade extrema de acordo com o consenso científico".
Maioria folgada na AR
O projeto de lei que despenaliza a morte medicamente
assistida foi aprovado no Parlamento em 29 de janeiro,
com 136 votos a favor, 78 contra e 4 abstenções.
Votaram a favor o Bloco de Esquerda (19 votos), o PAN (3
votos), o PEV (dois), a Iniciativa Liberal (um) e as
deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina
Rodrigues. A grande maioria dos deputados do PS também
votou a favor.
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declaración de
inconstitucionalidad La
Corte Constitucional de Portugal tumba la ley de
eutanasia
Después de esta decisión, el diploma
regresa al Parlamento. Argumentos del Presidente de la
República parcialmente aceptados por los jueces. PS ya
ha dicho que cambiará la ley para "cumplir"
con la decisión del TC .
El Tribunal Constitucional ( TC) tumbó
la ley que permite la muerte asistida,
dando así (parcial) razón a las objeciones planteadas
por el Presidente de la República. El diploma ahora
regresa al Parlamento y los partidos que lo aprobaron
tendrán que tomar una de dos decisiones: o abandonan la
ley o la cambian para convertirla en
constitucional. El PS ya ha dicho que cambiará
la ley.
La decisión fue tomada en el TC por mayoría en el TC,
por 7 votos contra 5. La declaración de
inconstitucionalidad se centra principalmente en
el párrafo 1 del artículo 2 de la ley: "Una muerte
anticipada asistida médicamente no se considera punible
por la decisión del persona mayor él mismo, cuya
voluntad es actual y reiterada, seria, libre e ilustrada,
en una situación de sufrimiento intolerable, con lesión
definitiva de extrema gravedad según consenso
científico o enfermedad incurable y fatal, cuando la
practican o ayudan los profesionales de la salud ".
Sin embargo, el presidente del TC, João Pedro Caupers,
destacó que los jueces no se oponen al derecho a la
eutanasia en sí: "En este sentido, la Corte
consideró que el derecho a vivir no se puede transformar
en un deber de vivir en
cualquier circunstancia ", se lee en el comunicado
emitido por el TC y leído por su presidente, João Pedro
Caupers .
O sea: "La concepción de persona
propia de una sociedad democrática, laica y plural desde
el punto de vista ético, moral y filosófico, que es la
que la Constitución de la República Portuguesa acoge,
legitima que la tensión entre el deber de proteger la
vida y el respeto a la autonomía personal en situaciones
extremas de sufrimiento puede resolverse a través de
opciones político-legislativas hechas por los
representantes del pueblo elegidos
democráticamente como la de la anticipación de la
muerte. médicamente asistida a petición de la
propia persona ".
De ello se desprende, según el TC, que "la
anticipación de la muerte asistida médicamente es
permisible" pero las "condiciones" para
ser operacionalizadas "deben ser claras, precisas,
anticipables y controlables".
A través de la diputada Isabel Moreira, el PS dijo que
ahora comenzará a "trabajar" para "llegar
a un diploma que cumpla con la decisión del Tribunal
Constitucional".
El parlamentario socialista destacó que el TC se negó
explícitamente a incumplir la ley a la luz del artículo
de la Constitución sobre el derecho a la vida ("la
vida humana es inviolable"). El tribunal dijo
que la eutanasia es posible, no viola la
Constitución, recalcó Isabel Moreira.
El presidente del TC, João Caupers, votó por la
inconstitucionalidad de la ley, junto con otros seis
jueces: Pedro Machete (actual vicepresidente del TC),
Lino Ribeiro, Fátima Mata-Mouros, José Teles Pereira,
Joana Costa y Maria José Rangel Mesquita.
Cinco jueces fueron derrotados: Mariana Canotilho, José
João Abrantes, Maria da Assunção Raimundo, Gonçalo de
Almeida Ribeiro y Fernando Vaz Ventura.
Lo que merecía el liderazgo de los jueces era el
concepto de "daño definitivo de extrema gravedad
según el consenso científico". Y esto se debe a
que "no permite, aun considerando el contexto
normativo en el que se inserta, delimitar, con el rigor
indispensable, las situaciones de la vida en las que
puede aplicarse".
Lo que no se acogió con satisfacción fueron las
reservas del Presidente sobre el concepto de "una
situación de sufrimiento intolerable" como
condición de elegibilidad para la muerte asistida.
Aunque indeterminado, es determinable según las
reglas de la profesión médica, por lo que no puede
considerarse excesivamente indeterminado y, en esa medida,
incompatible con cualquier norma constitucional, se
lee en el comunicado judicial.
El Presidente de la República, Marcelo
Rebelo de Sousa, envió el 18 de febrero al Tribunal
Constitucional (TC) el diploma del Parlamento que
despenaliza la Muerte médicamente asistida para
inspección preventiva de constitucionalidad. La
solicitud del presidente al TC se produce el mismo día
en que llegó a Belém el decreto aprobado en el AR
"Considerando que recurre a conceptos excesivamente
indeterminados, en la definición de los requisitos de
permiso para la despenalización de la muerte asistida
médicamente, y consagra la delegación, por la Asamblea
de la República, de un asunto que debió densificar, el
Presidente de la República decidió someter inspección
preventiva de constitucionalidad el decreto de la
Asamblea de la República que regula las condiciones
especiales en las que no es punible la anticipación de
muerte asistida médicamente y altera el Código Penal,
de acuerdo con la solicitud, adjunta, remitida hoy a la
Tribunal Constitucional , se lee en nota de la
Presidencia de la República.
En la solicitud enviada al TC, Marcelo especificó -como
es imperativo- las reglas de la ley cuya
constitucionalidadade
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ade quería comprobar verificado. Y
aclaró que la cuestión de si la eutanasia, como
concepto, se ajusta o no a la Constitución no está
sujeta a este requisito ante el Tribunal Constitucional.
No eso "sino más bien la cuestión de si la
regulación concreta de la muerte médicamente asistida
que opera el legislador en este Decreto se ajusta a la
Constitución, en una materia que se encuentra en el
centro de los derechos, libertades y garantías de los
ciudadanos, ya que involucra el derecho a la vida y la
libertad de su limitación, en un marco de dignidad de la
persona humana "
La principal de estas normas es la que define la
condición central para permitir una anticipación de
muerte asistida médicamente que no es punible: "situación
de sufrimiento intolerable" .
"Este concepto no está
mínimamente definido, y no parece, en cambio, que
resulte inequívocamente de las leges artis medicas",
escribió el presidente.
"En efecto, al referirse al concepto de sufrimiento,
parece inculcar una fuerte dimensión de subjetividad. Ya
que estos conceptos deben ser, en los términos del
decreto, como será materializado, cumplimentado,
esencialmente, por el médico orientador y por parte del
médico especialista, no está claro cómo se debe medir
este sufrimiento: ya sea desde la perspectiva exclusiva
del paciente, ya sea desde la valoración del médico del
mismo. En cualquier caso, un concepto con este grado de
indeterminación no parece conformarse a las exigencias
de la densidad normativa resultante de la Constitución,
en materia sub judice ".
El Mandatario también consideró sujeto a otro tema de
la eutanasia, en conjunción con el anterior: la
existencia de un "daño definitivo de extrema
gravedad según consenso científico".
Mayoría suelta en AR
El proyecto de ley que despenaliza la muerte asistida
médicamente fue aprobado en el Parlamento el 29 de enero
con 136 votos a favor, 78 en contra y 4 abstenciones.
El Bloque de Izquierda (19 votos), el PAN (3 votos), la
PEV (dos), la Iniciativa Liberal (uno) y las diputadas no
inscritas Joacine Katar Moreira y Cristina Rodrigues
votaron a favor. La gran mayoría de los diputados del PS
también votó a favor.
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