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Benjamin Netanyahu aprova o plano para uma operação militar em Rafah

Ana Meireles Diario de Noticias Lisboa 16 março 2024

Benjamin Netanyahu já aprovou o plano para uma operação militar em Rafah, onde a maior parte da população da  Faixa de Gaza se encontra refugiada, anunciou ontem o gabinete do primeiro-ministro israelita sem adiantar detalhes do referido plano, mas garantindo que os militares estão “preparados para a parte operacional e para a evacuação da população”.

Rafah é, neste momento, o único grande centro populacional na Faixa de Gaza que ainda não foi alvo de um ataque militar terrestre desde o início da guerra, daí ser refúgio de mais de um milhão de palestinianos. Um cenário que tem levado vários líderes a contestarem a possibilidade de um ataque israelita, alertando para as consequências humanitárias

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que tem apoiado Telavive, já afirmou que uma invasão israelita de Rafah seria uma “linha vermelha” sem planos credíveis de proteção de civis. Também o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse ontem que Washington não viu quaisquer planos para uma operação em Rafah, mas reiterou que quer um “plano claro e implementável” para garantir que os civis estejam “fora de perigo”.

O gabinete do presidente palestiniano Mahmud Abbas “expressou profunda preocupação com uma iminente ofensiva militar israelita em Rafah, que poderia resultar num novo massacre e num maior deslocamento do povo palestiniano em Gaza”, informou a agência de notícias oficial Wafa. “A presidência sublinhou a urgência de uma intervenção rápida tanto da administração dos Estados Unidos como da comunidade internacional para evitar este ataque militar, que poderá aumentar o já imenso sofrimento do povo palestiniano”, informou a agência noticiosa.

Esta sexta-feira, Netanyahu considerou como “ainda irrealistas” as novas exigências do Hamas para um cessar-fogo. Entre outras questões, o Hamas -que exigia um cessarfogo definitivo antes de qualquer troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos- está agora pronto para uma trégua de seis semanas, segundo a AFP. 

No âmbito desta trégua, 42 reféns - mulheres, crianças, idosos e doentes - poderão ser libertados em troca de 20 a 50 prisioneiros palestinianos, consoante se trate de civis ou soldados, e à razão de um refém por dia. Durante a eventual trégua de seis semanas, o movimento islamita exige também a “retirada do exército de todas as cidades e zonas povoadas”, o “regresso das pessoas deslocadas sem restrições” e a entrada de pelo menos 500 camiões de ajuda humanitária por dia.

No final desta primeira fase, o Hamas pretende chegar a uma “troca global de prisioneiros”, incluindo a “libertação dos oficiais e soldados israelitas capturados e dos mortos pelo Hamas e por outros movimentos” em troca de prisioneiros palestinianos numa proporção não especificada. Em troca deste acordo, o Hamas exige a “retirada total” do exército israelita da Faixa de Gaza, a sua “reconstrução” e o fim do bloqueio a que o território está sujeito desde que o movimento islamista tomou o poder em 2007.

Mesmo considerando todas estas exigências “irrealistas”, o gabinete de Netanyahu anunciou ontem que vai enviar uma delegação a Doha, no Qatar, no âmbito das negociações para a troca de reféns detidos em Gaza por prisioneiros palestinianos.

O presidente egípcio, Abdelfatah al-Sisi, manifestou-se ontem esperançado de que seja possível alcançar um acordo de cessar-fogo em Gaza em breve, após mais de cinco meses de combates. O Egito, a par do Qatar e dos Estados Unidos, tem servido como mediador entre as duas partes. 

Al-Sisi disse também que o Egito (que tem uma fronteira com Gaza entre a Península do Sinai e Rafah) está a tentar permitir que as pessoas que se amontoam em Rafah “se desloquem para os seus lugares no centro e no norte” do enclave, um dos pontos do projeto de cessar-fogo.